BSOP 5ª etapa – R$ 11.240,00 de bolha no HIGH ROLLERS – PARTE 2

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Dei uma volta no salão e fui conversar com meus amigos e companheiros de estudo, Ramon Sorgatto e Antônio Villarins de Brasília que jogavam o High Rollers. Perguntei se valia a pena entrar naquele momento. Começaria com 25 blinds e pagaria R$ 7k de buy-in. Estava levemente ganhando na reta, mesmo assim esse buy-in era bem salgado. Arrumei alguns investidores na hora e joguei por 30%. Não estava nos meus planos, teria que adiar passagem de avião etc, mas peguei.

Comecei com 50k fichas, blind 1k/2k. Foco total. O HR é um torneio que mistura jogadores fracos que tem dinheiro, e os tubarões do jogo, então Ariel Bahia, Akkari, “Gm_Valter”, Will Arruda entre outros estavam na disputa. Peguei uma mesa bem complicada, mas levo vantagem por não ser tão conhecido, assim é mais comum alguém errar contra mim. Com um jogo bem sólido, consegui crescer gradativamente meu stack e terminei com 141k de fichas o dia 1, média 107k. Melhor impossível.

Segunda-feira High Rollers

Mesa nova, Fernando Grow na canhota. Esse é um cara que eu gosto em todos os sentidos e merece uma pausa. Conheci ele no High Rollers da última etapa do BSOP Millions que ele puxou em 2013. Naquele ano, o HR tinha uma estrutura bem pior com 30 minutos de blinds, hoje é uma hora. Fiz a mesa final desse torneio, eu, Grow, Mojave, entre outros. Ficamos uns 20 minutos reclamando da estrutura na ft antes de começar. Queríamos uma flexibilidade para subir o tempo de blind. Realmente foi um absurdo um torneio que pagava R$ 272mil p/ primeiro com o chip leader da ft, Mojave com uns 34 blinds. E a ft com 30 minutos de blinds. Cai em 7° e Grow cravou e foi campeão brasileiro de 2013. Fiquei muito feliz por ter sido ele.

Voltando ao HR, e Grow na canhota, e respeito mútuo. Não jogamos praticamente nenhuma mão grande. Acho que meu jogo é bem parecido com o dele, não inventamos muito. Feijão com arroz bem jogado. E ambos sabíamos disso.

Cresci de fichas e chegamos aos 30 left, eram 20 itm, e eu estava levemente acima da média, até que começa a dar tudo errado. Perdi basicamente todas as mãos seguintes. Chega em 24 left tenho 20 bbs. Nesse ponto minha estratégia é única com esse stack: tight, tight, tight. Após nenhuma oportunidade tenho um primeiro spot já com 16 bbs. Luiz Duarte raise do CO, eu no SB olho um A2o. Acredito que esse é bom spot de re-steal. Só que estamos em 21 left. Falta 1 para ficarmos itm. Se ele dá fold vou para 20 bbs. Resolvo dar fold. E tentar achar algo mais claro.

Nesse momento a minha direita tem um regular, o Cid do Ceará, que está com 8 bbs e terá que se arriscar em algum momento.

Mão seguinte eu sou BT, e o UTG ( o famoso jogador de cash game “Luiz de Belém”) abre raise do UTG com 7 na mesa. Eu olha um AJo. Esse jogador merece um comentário:

“Luiz de Belém” é conhecido de todo mundo que já jogou cash game omaha live. Ele tem um estilo super agressivo, gosta de jogar deep stack, e colocar muita ficha no pano. Aparentemente pode parecer só mais um maluco querendo emoção, só que olhando com cuidado, ele é um jogador perigoso, e com uma estratégia bem eficiente para os cash games de omaha, e omaha capado.

Nos dias anteriores eu joguei contra o “Luiz de Belém” no main event, e ele de fato estava jogando muito bem. Um jogo sólido e agressivo. O fato é que mesmo assim eu tinha dobrado meu stack 3 vezes contra ele no Main Event. E ele sempre soltava a frase: “Esse Brasília é perigoso!”

Estou eu na seguinte situação “Luiz de Belém” abre raise do UTG, ele tem um stack bem grande. Eu tenho AJo do BT com 15 big(s), na bolha do HR. Imagino que tenho algumas escolhas: fold ou call. Acho que shove é uma escolha fraca nessa situação. Não vou tomar call nunca de mão que estou ganhando, AT, KJ etc. Se ele der fold, minha situação não muda muito. Por já ter jogado muito com ele resolvi dar call e gastar 2bbs para ver o flop. Meu plano:

Se ele dá check posso dar check e tentar levar a mão para o showdown. Se ele bet e não tiver um board como Axx, ou J53 por exemplo, vou de fold. Se ele der 2 barrels posso ir de fold também em alguma situações. Fora que o meu “só call” ia ter muito cara de trap com AA, KK, então sei que ia ele ia querer controlar o pote na maioria das vezes. Ok, resolvo dar call e reavaliar pós-flop. SB e BB – fold.

Flop: KcQcTd. Boom, estou nutz.

Luiz de Belém dá: check, eu dou bet, um micro bet e recebo um “Vamos logo tudo?” e um all-in. Obviamente dei call. Luiz tem QQ. Turn: 9 e River: 9

Eu no bubble de um itm de R$ 11.240. Ok! Tudo é experiência! Segue a vida!! Por sorte um dos investidores estava na mesa e me apoiou na decisão, que seria algo bem chato de explicar. Lol

Veja aqui a parte 1 dessa postagem.

Bolha

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