Você já ouviu falar no Teorema Fundamental do Poker?
Quem introduziu esse conceito foi o profissional David Sklansky, no seu clássico livro “Teoria do Poker (The Theory of Poker)”, que, aliás, é um livro basilar muito bom, que aborda mais conceitos do que estratégias de jogo, tornando a obra atemporal.
O Teorema Fundamental do Poker:
“Toda vez que você jogar uma mão de maneira diferente da que teria jogado, se pudesse ver todas as cartas dos seus oponentes, eles vencerão.
E sempre que jogar uma mão da mesma maneira que jogaria se pudesse ver todas as cartas deles, você vencerá.”
Entender o Teorema faz você caminhar em busca das melhores decisões, ter um olhar mais ativo para as oportunidades e errar menos que os oponentes. Vamos ver um exemplo?
Temos AT (Ás e Dez), abrimos Raise e tomamos Call do Big Blind com QT (Dama e Dez).
O Flop:
Como você jogaria essa mão sabendo que o adversário tem QT? (80bbs deep)
Provavelmente você apostaria um valor justo para o adversário pagar com o segundo par do bordo.
O Turn:
A dobra do 2 no Turn é uma excelente carta para continuar sendo pago por dois pares de T com 2 e Kicker Q.
Então novamente você faria uma Sizebet ajustada para o máximo que esse jogador aguentaria te pagar.
Se for um jogador mais pagador, apostaria mais forte. Se é um jogador mais conservador, apostaria um pouco menos.
O River:
Um 6 no River é uma carta que pouco interfere na textura do bordo.
E além das mãos fortes que podemos ter, também temos no nosso Range Percebido (possíveis mãos que o adversário pensa que podemos ter) muitas mãos que não completaram jogo: AK, AQ, KQ, K9, Q9, 89s, etc.
Isso coloca o vilão tendencioso a jogar o QT de bluffcather nesse River com mais um Check-Call.
Então novamente você faria uma Sizebet ajustada para esse jogador te pagar o máximo possível.
Saber a mão que você estava enfrentando maximizou o seu resultado, te fez extrair 3 Streets de Valor, tendo uma mão mediana.
Agora vamos supor que você não saiba que o adversário tenha QT.
Como você jogaria essa mesma mão?
São poucos os que conseguiriam apostar as 3 Streets por Valor, sabendo o que estão fazendo.
Muitos controlariam o pot com check no flop e apostariam turn e river.
Outros apostariam só no flop e depois check e check.
Outros apostariam flop e turn e mesariam o river. Etc..
Você fez essa reflexão?
Não faz sentido jogar a mão de diferentes formas, quando não se sabe o que o adversário tem?
– “Pô, mas eu não tenho superpoderes para descobrir as cartas dos meus adversários.”
Verdade!
Por isso uma das mágicas do Poker está em qualificar os “Ranges” dos adversários, coloca-los em possíveis grupos de mãos para cada situação específica.
[Veja Também] Ajustando os ranges em Torneios “Turbo” – Parte 1
A cada ação na mesa, você ganha uma nova informação para aproximar o “Range” dos oponentes e assim tomar suas decisões.
Estudar “Ranges” é fundamental para tirar o melhor proveito das suas jogadas ou apostas, sejam por Valor ou por Blefe.
Com base nessa percepção, eu compilei meu conhecimento sobre esses temas, sendo um capítulo inteiro somente sobre “Ranges” no E-book – Lógica do Poker: Decifrando “Valor e Blefe”.
Abraços,
“Nós nunca ganharemos mais dinheiro do que conhecimento. Invista nele. Estude bastante!”