Por Humberto Alencar
Fala galera. Segue a saga da 5ª etapa do BSOP/2016, tive três situações boas, mas que infelizmente faltou aquele vento na hora certa. Segue meu diário dos dias:
Quinta-feira – Omaha
17h15 – Chego ao aeroporto de Congonhas, o torneio começou às 17h, mas tudo bem em chegar um pouco atrasado. Chego no hotel Wyndham (ex-Quality) às 17h35, troco de roupa e chego no salão do BSOP às 18h. Toda vez que entramos no salão de um BSOP, WSOP, surgem todas as expectativas… É um misto entre sonho, realidade, amizades, enfim. Gosto de imaginar que daqui 30, 50 anos quero continuar fazendo o mesmo.
Esse BSOP tive uma mudança de postura, passei a falar mais com as pessoas. Criar novas amizades mesmo. Acho que o Negreanu um cara exemplar nesse aspecto, e acho que assim que quero ser como jogador de poker. Talvez um pouco mais calado, mas cordial com todo mundo.
Segue os torneios:
Meu torneio de Omaha acabou já no final do dia 1 da seguinte forma: flop AA5 contra vários limps e eu do BB dou check-raise com A527 que vi “de graça”. Adversário call. Turn: Q. Pela minha leitura do adversário acredito que ele só me da raise com AQ, então dou bet de 40% do pot para caber um fold num raise e caso ele dê call, reavaliar o river. Adversário: call. Esse call me deixou bem desconfortável. Achava pouco provável um call sem full house nesse turn, talvez alguém pagasse com AKxx, mas é pouco provável. Ou talvez ele tivesse 55xx pensei. Antes de eu pensar muito sobre os ranges. River: Q . Com esse river diminui bastante a chance do meu adversário ter um AQxx. Poderia ir para check, mas optei por shovar meu stack que era menos que o pote no river e tentar um call de 55xx ou fold de A5xx. Adversário call e me mostra AQ99 e GG.
Reavaliando acho que a melhor jogada é check-fold nessa situação, mesmo com spr em torno de 1,0. A5xx não faz muito sentido porque precisa de proteção e tende a dar outro raise no flop. Não há flush no board. Sobra só 55xx, AKxx tende a ir de check behind então creio que joguei mal esse river. No Omaha tem bem menos espaço para blefes no river do que Texas. Então apesar de AQxx ser improvável, era de fato a única mão que tende a apostar num check no river.
Sexta-feira – Main Event DIA 1 – A
O dia 1-A parecia que ia ser um sonho de dia 1, 4 horas após o início do torneio, tomei conta de uma mesa e já estava com 70k fichas (começamos com 25k), e bem distante do segundo de fichas da mesa. Chego a fazer 90k fichas até que começa tudo a dar errado, e chego a 52k de fichas. Ok, já estava satisfeito de passar para o dia 2 com 44 blinds, mesmo tendo chegado a quase 100k de fichas. Última mão do dia 1 a mão roda em fold até o CO que abre raise com 28 big blinds (28.000 fichas). Olho um QQ e dou 3-bet, ele shove com 45s, eu call e ele acerta um milagroso flush. E assim passo para o dia 2 com 20 big blinds. Algo que realmente foi inesperado depois de ficar tão grande.
Sábado – Mix Max de R$ 600 pagando R$ 17k p/primeiro.
Esse era um torneio que o número de jogadores variava na mesa: full ring, 6-max e 4-max. Quando estamos em 15, já itm, e minha mesa com 4 jogadores: UTG raise para 10k, Garrido (campeão brasileiro de 2014) 3-bet com 100k fichas no blind 2k/4k p/ 26k, eu tenho 108k fichas e vou de shove com JJ, UTG fold e Garrido call com AK, e K no river. E praticamente cai nessa mão. Itm como consolação.
Domingo – Dia 2 – Main Event.
Com 20 blinds só me resta esperar, até que quando tenho 15 blinds após muito fold pego um AA e consigo dobrar para 30 blinds. Logo perco algumas mãos e volto para 20 blinds, e fico nessa toada até 108 left (já itm) até que ocorre a seguinte mão fatídica. Eu raise para 12k no blind 3k/6k com QQ, tomo dois calls, UTG + 1 e BB Short Stack.
Flop: Tc7c2d
BB short check, Eu bet de 10k, utg+1 dá raise para 30k, big blind fold, eu dou all-in e tomo call de Kc4c (flush draw). River flush e itm de consolação.